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Precisamos mais do conhecimento do Senhor do que conhecer o que ele pode fazer por nós

06/03/2016 08:52

Precisamos mais do conhecimento do Senhor do que conhecer o que ele pode fazer por nós

Portanto, devemos nos focar acima de tudo no Senhor para o conhecermos e não, antes, procurar conhecer a respeito do que ele pode fazer por nós ou por outros.

Durante muitos anos, mesmo sabendo desde  cedo, que o conhecimento do Senhor é mais importante para nós do que o que podemos conhecer sobre o que ele faz, não fui capaz de fazer assim; sempre mantive o foco mas para o que ele pode fazer do que nele simplesmente. A busca de tudo que ele pode nos fazer, é motivada pelo nosso imediatismo. Esse conhecimento do Senhor leva tempo e exige de nós paciência, investimento de tempo e crescimento, muitas vezes lento. Leva a vida toda!

Jó tinha esse foco. Mesmo no meio de tudo que ele passou, manteve o foco nessa realidade; isso prova que ele sabia da importância desse conhecimento. Ele disse: “ainda que ele me mate, nele esperarei”. Em outras palavras: Nada me importa mais do que ele. Ele é o que mais me fascina, mais me motiva, nem a morte mudará isso. Acho tremenda essa convicção de Jó! Pouco são os homens que viveram tamanha fé e certeza de que Deus está acima de tudo. Ele mantinha seu foco também no futuro em Deus. Ele disse mais: “eu seu que meu redentor vive e por fim se levantará”. O nosso redentor foi levantado na cruz e nos deu redenção.

Outro homem que viveu nesse nível de convicção, fé e certeza da importância desse foco, foi Paulo. Ele disse: “Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo” (Fp 3.8). Paulo abria mão de tudo que pudesse, de uma forma ou de outra, atrapalhar o seu foco. Renunciava tudo que pudesse se interpor entre ele e a sublimidade do conhecimento de Cristo.

Nos perdemos quando nos concentramos em qualquer outra propósito, mesmo os que se referem ao reino espiritual, que não seja Deus em si. Toda a nossa confusão está exatamente nesse conhecimento descentralizado de Deus. Descobri no inicio da minha vida cristã que haviam muitas perguntas sem respostas para mim. Esperava que com passar do tempo, na medida em que eu fosse amadurecendo na fé, essas perguntas seriam respondidas; então me dediquei ao máximo nessa busca, dia e noite orando, jejuando, lendo a Bíblia e me dedicando a obra de Deus. Fui ordenado a pastor depois de 4 anos da minha conversão, em uma denominação ultra exigente nos seus requisitos, logo depois do Seminário. A minha experiência com Deus aconteceu há 39 anos; e nesses 39 anos me dediquei com todo zelo nessa busca. Já li a Bíblia toda, com estudo, mas de 20 vezes. O NT, por muito anos, o lia uma vez por mês; creio que no total já o li umas 200 vezes. Li inúmeros livros! Por que estou mencionando isso? (que, aliás, é a primeira vez que faço), para confessar o meu erro e equívoco nessa busca e para que outros não cometam o mesmo erro. Quanto mais  me aprofundava, mais confuso eu ficava e mais aumentavam as minhas interrogações e perguntas sem respostas. Ninguém pôde e nem poderia me dar as respostas! 

Só mais tarde, recentemente descobri, não em leituras, que a minha busca estava descentralizada do ponto, o foco estava errado. Quando buscamos o conhecimento dessa forma, ao invés de termos as repostas das nossas perguntas, ao contrário, a nossa confusão aumenta. Vemos que a Bíblia recomenda o conhecimento de Deus em primeiro lugar. Paulo até diz que o outro conhecimento  gera prejuízo e não benção, veja: ensoberbece “...O saber ensoberbece, mas o amor edifica” (1Co 8.1). Veja mais este texto: “Se alguém julga saber alguma coisa, com efeito, não aprendeu ainda como convém saber” (1Co 8.2).

De qual conhecimento o profeta Oséias estava falando? Veja: em 4:6,

ele fala: “O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento...” Poderíamos perguntar, de que conhecimento o profeta está falando? Vamos para 6.3 e 6 “Conheçamos e prossigamos em conhecer ao SENHOR; como a alva, a sua vinda é certa; e ele descerá sobre nós como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra; v6 Pois misericórdia quero, e não sacrifício, e o conhecimento de Deus, mais do que holocaustos”. É imprescindivelmente necessário que tenhamos uma compreensão melhor possível de nosso Deus (claro que enquanto estivermos aqui na terra, o conhecimento será sempre relativo - O conhecimento absoluto, só na eternidade:  “Porque, agora, vemos como em espelho, obscuramente; então, veremos face a face. Agora, conheço em parte; então, conhecerei como também sou conhecido” 1Co 13.12). Veja o que Paulo disse  em relação o conhecimento de Deus no sentido de compreendê-lo: “antes, como está escrito: Hão de vê-lo aqueles que não tiveram notícia dele, e compreendê-lo os que nada tinham ouvido a seu respeito” (Rm 15.21).

Devemos conhecer profundamente  a Jesus e por ele a Deus Pai. O próprio Jesus disse:  “Então, eles lhe perguntaram: Onde está teu Pai? Respondeu Jesus: Não me conheceis a mim nem a meu Pai; se conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai. Se vós me tivésseis conhecido, conheceríeis também a meu Pai” (Jo 8.19; 14.7). Paulo também ver Jesus como o meio para se conhecer ao Senhor Deus e pai, veja: “Porque Deus, que disse: Das trevas resplandecerá a luz, ele mesmo resplandeceu em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo” (2Co 4.6).

Esse conhecimento nos liberta  de tudo, de toda confusão, medo e insegurança, Jesus disse: “e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8.32). Que verdade é essa da qual Jesus está falando? Veja a resposta em Jo 14.6.7,8,9 “Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim. Se vós me tivésseis conhecido, conheceríeis também a meu Pai. Desde agora o conheceis e o tendes visto. Replicou-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta. Disse-lhe Jesus: Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não me tens conhecido? Quem me vê a mim vê o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai? Jesus é essa verdade que liberta

Quem despreza o conhecimento de Deus terá consequências desastrosas, veja: “E, por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem coisas inconvenientes” (Rm 1.28).

Paulo fala também de um pleno conhecimento de Deus para nós ainda aqui, veja: para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo, a fim de viverdes de modo digno do Senhor, para o seu inteiro agrado, frutificando em toda boa obra e crescendo no pleno conhecimento de Deus” (Ef 1.17; 4.13; Cl 1.10). Mas entendemos que esse conhecimento mesmo sendo pleno ainda é relativo em certo sentido. O pleno aqui na terra não é o mesmo pleno na eternidade. O pleno aqui tem a ver com o máximo de conhecimento que se pode ter aqui na terra. Veja novamente (1Co 13.12)“Porque, agora, vemos como em espelho, obscuramente; então, veremos face a face. Agora, conheço em parte; então, conhecerei como também sou conhecido”.

Não precisamos tirar o foco de Jesus nessa busca de conhecimento, porque nele está tudo que precisamos para suprir cada uma de nossas necessidades. Ele é o nosso maior tesouro. Nele está todo o conhecimento do qual precisamos “em quem todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos” (Cl 2.3).

Pedro também deixou bem claro sobre a importância de um progressivo (assim como Os 6.3) conhecimento do Senhor e em graça  “antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja a glória, tanto agora como no dia eterno” (2Pe 3.18).

A nossa salvação está em olhar para Deus. Não no conhecimento de uma doutrina, ou de um alinha teológica; não de uma filosofia de vida, ou de uma religião. Mas somente em olhamos para Deus “Olhai para mim e sede salvos, vós, todos os limites da terra; porque eu sou Deus, e não há outro” (Is 45.22). Olhai para mim! E o escritor aos hebreus disse: olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus” (Hb 12.2).

Não há um exemplo melhor dessa verdade do que o dos três jovens hebreus na fornalha. A situação era desesperadora, mas eles responderam corajosamente: "Se o nosso Deus, a quem servimos, quer livrar-nos, ele nos livrará da fornalha de fogo ardente, e das tuas mãos, ó rei. Se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses, nem adoraremos a imagem de ouro que fizeste." Eu gosto desse "se não"! Veja o texto: “Então, Nabucodonosor, irado e furioso, mandou chamar Sadraque, Mesaque e Abede-Nego. E trouxeram a estes homens perante o rei. Falou Nabucodonosor e lhes disse: É verdade, ó Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, que vós não servis a meus deuses, nem adorais a imagem de ouro que levantei? Agora, pois, estai dispostos e, quando ouvirdes o som da trombeta, do pífaro, da cítara, da harpa, do saltério, da gaita de foles, prostrai-vos e adorai a imagem que fiz; porém, se não a adorardes, sereis, no mesmo instante, lançados na fornalha de fogo ardente. E quem é o deus que vos poderá livrar das minhas mãos? Responderam Sadraque, Mesaque e Abede-Nego ao rei: Ó Nabucodonosor, quanto a isto não necessitamos de te responder. Se o nosso Deus, a quem servimos, quer livrar-nos, ele nos livrará da fornalha de fogo ardente e das tuas mãos, ó rei. Se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses, nem adoraremos a imagem de ouro que levantaste” (Dn 3.13-18 – Leia toda a história). Eles me fazem lembrar de Jó: “ainda que ele me mate, nele esperarei”

Por último quero refletir com o leitor o que foi dito pelo profeta Habacuque: “Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco, e nos currais não haja gado, todavia, eu me alegro no Senhor, exulto no Deus da minha salvação. O Senhor Deus é a minha fortaleza, e faz os meus pés como os da corça, e me faz andar altaneiramente” (Hc 3.17-19). O foco desses homens estava acima de tudo no Senhor, somente nele. Nenhuma circunstância ia fazê-los mudar de posição. De fato, eles conheciam o Senhor e o amavam mais que qualquer benção que poderiam receber dele.

Se conseguirmos fazer assim, toda confusão da nossa mente se desfará, ele é a luz que mais brilha como nosso alvo maior. Se formos plenamente atraídos por essa luz, nenhuma outra chamará a nossa atenção.

Pr Aramisio Borges

 

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