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A Soberana Graça de Deus e sua Definição - Parte 06

05/03/2016 22:39
 

O QUE É A GRAÇA DE DEUS?

INTRODUÇÃO

No grego o vocábulo “charis” é traduzido para o português por “graça” que por sua vez envolve muitos sentidos. Significa graciosamente atrativo, favor, ajuda graciosa, boa vontade, favor divino e gratuito. A graça envolve temas como: o perdão, a salvação e seus aspectos, inicial, progressivo e final, regeneração, arrependimento, amor, longanimidade, misericórdia e bondade de Deus para com o homem.

Para que entendamos perfeitamente a graça de Deus em relação às nossas vidas e a tudo que se refere a ela e seu comportamento, precisamos entender, antes de tudo, a sua soberania em Deus. A soberania da Graça de Deus está estritamente ligada a ele mesmo, como sua origem e preservação. Essa compreensão nos leva ao repouso e descanso que Deus, através das Escrituras Sagradas, nos recomenda tanto.

Portanto, comecemos nos enveredar na busca do conhecimento mais aprofundado da graça, a partir dessa premissa: Deus em sua infinita e irresistível soberania, é e deu origem a toda manifestação da graça e como tal é o único sustentador da mesma. Se cremos que Deus é soberano, devemos crer também que todas as suas ações são de igual modo soberanas. A graça é a base de todo plano e vontade de Deus em relação a tudo que acontece no universo. Se cremos que a soberania de Deus é imutável, e que nada do que acontece em todo o universo foge o seu controle, temos que crer também, que seus planos, dos quais a graça faz parte, são imutáveis. A graça não depende de nós em nenhum aspecto. A iniciativa foi e é de Deus, e suas execuções também.

Vamos ver no decorrer desses estudos que a graça pode ser dividida em duas categorias: uma tem a ver com a graça universal e a outra tem a ver com a graça restrita aos eleitos. Jesus disse: “...porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos” (Mt 5.45). Aqui vemos claramente a graça universal. Não importa quem seja uma pessoa nesse mundo, não importa o que ela faz de bom ou ruim, ela recebe dessa graça universal.

O vocábulo Graça provém do latim gratia, que deriva de gratus (grato, agradecido) e que em sua primeira acepção designa a qualidade ou conjunto de qualidades que fazem agradável a pessoa que as têm. No começo do século XX, costumava-se dizer: "qual é a sua graça?" para perguntar "como você se chama?". Este costume, que ainda hoje se mantem em alguns lugares, vinha da cerimônia de batismo dos católicos, na qual o indivíduo se torna cristão e, segundo a doutrina católica, recebe a graça de Deus e, junto com a graça, o nome. A palavra graça provém também de grátis, derivado do latim gratiis (pelas graças, gratuitamente) e gratificar, que desde o século XV equivalia a agradecer. (Wikipédia)

No calvinismo estudamos a  Vocação eficaz ou graça irresistível  segundo esse entendimento a graça divina é irresistível para os eleitos, isto é, o Espírito Santo acaba convencendo e infundindo a fé salvadora neles. Ele opera a vontade na mente do eleito de tal forma que o mesmo venha a crer e receber a graça salvadora.

Segundo esta doutrina, portanto, cremos que Deus é soberano e pode sobrepujar qualquer resistência humana. Pois, se a doutrina da depravação humana é verdadeira, e é, o homem nunca teria fé a não ser que a isso fosse operado por Deus. Então podemos entender que tanto a fé como a graça são dons de Deus em todos os  aspectos “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; 9não de obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2.8,9). Aqui vemos que tanto a graça, a fé e a salvação “é dom de Deus” e, portanto, não vem de nós.

De acordo com “Confissão de Fé de Westminster”, Deus salva os eleitos "iluminando os seus entendimentos espiritualmente a fim de compreenderem as coisas de Deus para a salvação, tirando-lhes os seus corações de pedra e dando lhes corações de carne, renovando as suas vontades e determinando-as pela sua onipotência para aquilo que é bom e atraindo-os eficazmente a Jesus Cristo, mas de maneira que eles vêm mui livremente, sendo para isso dispostos pela sua graça". Isso está de pleno acordo com que Paulo escreveu aos filipenses: “porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade” (Fp 2.13).

1.    A graça  irresistível É um dos Cinco pontos do calvinismo, veja:

Os Cinco Pontos do Calvinismo, (conhecidos pelo acróstico TULIP, referente às iniciais dos pontos em inglês) são uma síntese dos cânones teológicos definidos no Sínodo de Dordrecht, no âmbito da disputa entre calvinistas e arminianos acerca das doutrinas da Graça e da Predestinação. Eles refletem a soteriologia típica do movimento calvinista, interpretando a natureza da graça de Deus na salvação da criatura humana. Seu eixo é a afirmação de que Deus é perfeitamente capaz de salvar cada pessoa que Ele tenha a intenção de tornar objeto de sua graça salvadora e que seu trabalho não pode ser frustrado por algo ou alguém que fique no caminho, na tentativa de impedir sua conclusão.

Os cinco pontos do Calvinismo ao contrário do que se deduz pelo senso comum não foram feitos por Calvino e sim a partir de uma contra-argumentação ao protesto que os seguidores de Jacobus Arminius (um professor de seminário holandês) apresentaram ao “Estado da Holanda” em 1610, um ano após a morte de seu líder. O protesto consistia de “cinco artigos de fé”, baseados nos ensinos de Armínio, e ficou conhecido na história como a “Remonstrance”, ou seja, “O Protesto”. O partido arminiano insistia que os símbolos oficiais de doutrina das Igrejas da Holanda (Confissão Belga e Catecismo de Heidelberg) fossem mudados para se conformar com os pontos de vista doutrinários contidos no Protesto. As doutrinas às quais os arminianos fizeram objeção eram as relacionadas com a soberania divina, a inabilidade humana, a eleição incondicional ou predestinação, a redenção particular (ou expiação limitada), a graça irresistível (chamada eficaz) e a perseverança dos santos. Essas são doutrinas ensinadas nesses símbolos da Igreja Holandesa, e os arminianos queriam que elas fossem revistas.

Esses Cinco Pontos são:

Em Inglês

Tradução Livre

T - Total Depravity

Depravação Total

U - Unconditional Election

Eleição Incondicional

L - Limited Atonement

Expiação Limitada

I - Irresistible Grace

Graça Irresistível

P - Perseverance of the Saints

Perseverança dos Santos

·   Depravação total do homem

Também chamada de "depravação radical", "corrupção total" e "incapacidade total". Indica que toda criatura humana, em sua condição atual, ou seja, após a queda, é caracterizada pelo pecado, que a corrompe e contamina, incluindo a mente. Por isso, afirma-se que ninguém é capaz de realizar o que é verdadeiramente bom aos olhos de Deus. Em contrapartida, o ser humano é escravo do pecado, por natureza hostil e rebelde para com Deus, espiritualmente cego para a verdade, incapaz de salvar a si mesmo ou até mesmo de se preparar para a salvação. Só a intervenção direta de Deus pode mudar esta situação.

·   Eleição incondicional

Eleição significa "escolha". É a escolha feita por Deus desde toda a eternidade, daqueles a quem ele concedeu a graça da salvação. Esta escolha não se baseia no simples mérito, ou na fé das pessoas que ele escolhe, mas se baseia em sua decisão soberana e incondicional, irrevogável e insondável. Isso não significa que a mesma salvação final é incondicional, mas que a condição em que assenta (fé) é concedida também pela graça de Deus, como seu presente para aqueles a quem Ele escolheu incondicionalmente.

·   Expiação particular (ou Expiação Limitada)

Também chamada de "redenção particular" ou "redenção definida", significa a doutrina segundo a qual a obra redentora de Cristo foi apenas visando a salvação daqueles que têm sido alvo da graça da salvação. A eficácia salvífica do Cristo redentor, então, não é "universal" ou "potencialmente eficaz" para quem iria recebê-lo, mas especificamente designada para tornar possível a salvação daqueles a quem Deus Pai escolheu desde antes da fundação do mundo. Os calvinistas não acreditam que a expiação é limitada em seu valor ou poder (se Deus o Pai quisesse, teria salvo todos os seres humanos sem excepção), mas sim que a expiação é limitada na medida em que foi destinada para alguns e não para todos.

·   Vocação eficaz (ou Graça Irresistível)

Também conhecida como: "graça eficaz", esta doutrina ensina que a influência salvífica do Espírito Santo de Deus é irresistível, superando toda e qualquer resistência. Quando então, Deus soberanamente visa salvar alguém, o indivíduo não tem como resistir à essa graça da vida eterna com o próprio Deus.

·   Perseverança dos santos

Também conhecida como "preservação dos santos" ou "segurança eterna", este quinto ponto sugere que aqueles a quem Deus chamou para a salvação, e depois, à comunhão eterna com ele (" santos ", segundo a Bíblia) não podem cair em desgraça e perder sua salvação. Mesmo que, em suas vidas, o pecado os leve a renunciar à sua profissão de fé, eles (se eles são autênticos eleitos), mais cedo ou mais tarde, retornarão à comunhão com Deus. Essa doutrina é baseada na suposição de que a salvação é obra de Deus do começo ao fim, que Deus é fiel às Suas promessas, e que nada nem ninguém pode impedir Seus propósitos soberanos. Este conceito é ligeiramente diferente do conceito usado em algumas igrejas evangélicas, de "uma vez salvos - salvos para sempre", apesar da apostasia, a falta de arrependimento ou a permanência no pecado, desde que eles tiverem realmente aceito a Cristo no passado. No ensino tradicional calvinista, se uma pessoa cai em apostasia ou não mostra mais sinais de arrependimento genuíno, pode ser prova de que ele nunca foi realmente salvo, e, em seguida, que não fazia parte do número dos eleitos.

O acróstico TULIP em inglês coincide com a palavra tulipa, por este motivo, frequentemente a flor referida é utilizada como símbolo do Calvinismo. (Wikipédia). 

Leia também as pastes 0102030405,  07  e 08  deste artigo.


 

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