MCDI - Ministério Cristão de Discipulado e Integração. Levando as Novas da Graça Divina. Faça parte desta Obra!


A SOBERANA GRAÇA DE DEUS E O Nosso Perdão e Aceitação Incondicionais Por Deus - Parte 02

06/03/2016 09:29

PARTE 02

O Nosso Perdão e Aceitação Incondicional Por Deus

A teologia que entendo hoje é muito diferente da convencional, que aprendi no seminário e faculdade de teologia, que tem sido pregada e praticada por séculos. Passei pela experiencia de regeneração e salvação há mais de três décadas, fiz seminário, faculdade de teologia e psicologia e vivi por muitos anos uma teologia enlatada; enlatada por séculos. Uma teologia imposta pelo sistema religioso,  que eu chamaria de “prato feito”. Só que de alguns anos pra cá tudo tem mudado; tive  um conhecimento de um evangelho vivo, dinâmico, muito diferente! O evangelho único e verdadeiro. Hoje entendo bem diferente em relação aos pontos centrais da doutrina de Cristo. Sou profundamente grato a Deus, por ter me libertado do legalismo religioso. Mesmo havendo apenas um evangelho, o mesmo pode ser interpretado de várias formas, a critério de cada um. Nessa compreensão precisamos ter cuidado para não cair no mesmo erro. Algumas coisas precisam ser observadas para que isso seja evitado. Primeiro, o estudante de qualquer assunto da Bíblia, não pode impor suas tendências  de interpretação e sim deixar que a Bíblia fale livremente. Segundo, nunca usar textos isolados na busca de conhecimento, deve buscar o assunto em toda a Bíblia. Mas nessa busca em toda a Bíblia, precisa ter cuidado com as aplicações culturais e em relação às épocas. Por exemplo, não podemos contextualizar para os nossos dias nem tudo que está escrito no AT. Mesmo no NT, ha muitas aplicações para o período do ministério de Jesus, antes da cruz e nas epístolas, que também há aplicações regionalistas e culturais, que não podemos aplicar a nós, hoje. 

Nesse artigo quero dar inicio a exposição de tudo que entendo dessa teologia que eu chamaria: “Teologia da Soberana Graça de Deus”. Dentro de um sistema legalista é impossível entender com profundidade essa graça.

Quero mencionar hoje o ponto que trata do nosso perdão e da nossa aceitação incondicional por Deus. Na teologia convencional, se entende, que, quando se pratica boas ações, se é fiel, ler muito a Bíblia, ora muito, frequenta bem a igreja, é fiel contribuinte, faz jejum constante etc. e não comete pecado, então é alguém amado e aceito por Deus. Como já  mencionei: É como se Deus dependesse de nós, ou do que fazemos ou deixamos de fazer, para nos amar e nos aceitar. Para essa teologia, o amor e aceitação de Deus ao eleito não é incondicional. Depende do seu comportamento. É como se a salvação e sua preservação dependessem do homem e não de Deus. Ai de nós se fosse assim! Tanto a salvação como a sua preservação, no nível posicional, legal e forense, depende única e exclusivamente de Deus.

Hoje entendo da seguinte forma: Em relação a Deus não há mais pecado; na cruz o pecado, em relação a Deus, foi aniquilado. Reveja essas escrituras: Hb 9.26 “Ora, neste caso, seria necessário que ele tivesse sofrido muitas vezes desde a fundação do mundo; agora, porém, ao se cumprirem os tempos, se manifestou uma vez por todas, para aniquilar, pelo sacrifício de si mesmo, o pecado”. Aniquilar no original significa: “Tornar sem efeito, anular, tornar em nada, destruir; transformar, nulificar, invalidar, arrasar, assolar, devastar, erradicar, exterminar e matar”. Na cruz Jesus tirou o nosso pecado “No dia seguinte, viu João a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” (Jo 1.29) Ele nos salvou dos nossos pecados. O anjo disse: “Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1.21). 

J. Dwight Pentecost disse: "A salvação ofertada ao crente em Cristo livrou-o perfeitamente de todo julgamento “Trazer o crente para o julgamento de pecado, quer de pecados anteriores ao novo nascimento, quer de pecados desde o novo nascimento, quer de pecados não confessados, é negar a eficácia da morte de Cristo e anular a promessa de Deus de que “também de nenhum modo me lembrarei de seus pecados e das suas iniquidades para sempre” (Hb 10.17)... Um santo nunca mais será julgado pelas suas iniquidades, naturais ou herdadas, pois já está legalmente morto em Cristo, e não é mais conhecido ou tratado com base em sua responsabilidade natural... ”; (Rm 6.11); (Do livro manual de escatologia p. 243). O próprio Jesus disse: “Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, (condenação, julgamento), mas passou da morte para a vida” (Jo 5.24); na BLH está narrado assim: “Eu afirmo a vocês que isto é verdade: quem ouve as minhas palavras e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não será julgado, mas já passou da morte para a vida”. Paulo disse: “Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8.1). A ausência de condenação não está no fato de que nos comportamos bem, mas no fato de se estar em Jesus. E para se estar em Jesus, não dependeu de nós e sim de Deus, que nos colocou nele, quando nem nascidos éramos. A Bíblia diz que nossos nomes foram escritos no livro da vida e que fomos eleitos antes da fundação do cosmos, do universo. “que nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos”, (2Tm 1:9) ”na esperança da vida eterna que o Deus que não pode mentir prometeu antes dos tempos eternos (Tt 1:2) “a besta que viste, era e não é, está para emergir do abismo e caminha para a destruição. E aqueles que habitam sobre a terra, cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida desde a fundação do mundo, se admirarão, vendo a besta que era e não é, mas aparecerá” (Ap 17:8). O que tínhamos feito naquela época que pudesse gerar algum mérito? Paulo disse ainda: “E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da vossa carne, vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos; tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz” (Cl 2.13, 14). Todos os nossos pecados, passados, presentes e futuros, foram encravados na cruz quando Cristo lá morreu. Não ficou um se quer! Se tivesse ficado, não seríamos salvos. Como vemos não depende de nosso arrependimento, nossa confissão, de pedirmos perdão, e sim do que Jesus consumou na cruz.

Essas, acima, são algumas das escrituras que provam que Deus, depois da cruz, não leva mais em consideração o pecado de um eleito. Quando Jesus disse está consumado, tudo foi feito, tudo foi pago; (tetelestai!). Não há mais nada para pagarmos, ou fazermos. Nada depende de nós, nem a nossa salvação, nem a preservação da mesma, (como já mencionei). Independentemente do que fazemos ou deixamos de fazer, nele somos perfeitos, irrepreensíveis, sem macha, sem ruga!!! (que coisa tremenda!!!), veja: Ef 5.26 “para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, v27 para a apresentar a si mesmo igreja gloriosasem máculanem ruganem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível”. Isso inclui você e a mim, a todo eleito. Somos aceitos no amado e não na base do que fazemos ou deixamos de fazer!  Veja também:  "Também, nele, estais aperfeiçoados..." (Cl 2.10)

Hoje entendo assim essa questão: Deus só aceita um homem perfeito, irrepreensível, imaculado, cem por cento santo. Alcançar 99 por cento não é o bastante, tem que ser cem por cento! Mas quem pode alcançar esse padrão?! Ninguém! Bom, se ninguém pode alcançar, como o homem pode ser salvo? O homem só pode ser salvo e aceito por Deus estando em Jesus o qual viveu cem por cento nesse padrão inalcançável por nós. Fora dele estamos perdidos, nele nenhuma condenação há (Rm 8.1). A lei de Moisés continha 613 artigos e de acordo com Tiago se um homem procurasse guardar toda a lei e tropeçasse em um só ponto seria culpado por ela. “Pois qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos” (Tg 2.10). Imagine você, se alguém se esforçasse ao máximo para guardar toda a lei, para poder alcançar o favor de Deus, e falhasse em um ponto? Perderia todo o seu esforço e ainda se perderia! Ainda bem que não é assim. Se o homem usar esse meio para agradar a Deus, a sua condenação será certa! Mas é assim que a maioria faz hoje no sistema religioso. Vê a diferença? Não depende de nós, e sim dele!! (ainda bem!).

Quando Jesus morreu todos os teus e os meus pecados eram futuros, tantos os que praticamos antes do Senhor nos encontrar, como todos os outros que praticamos até o final dessa vida terrena; e para que fossemos aceitos no futuro ele teria que nos perdoar no passado, lá na cruz.

Em relação a Cl 2.13,14, Hal Lindsey disse: “Talvez você jamais tenha pensado nisso nestes termos, mas ter essa espécie de sentimento [de culpa] a respeito de si mesmo é mais ou menos como dar uma tapa no rosto de Jesus. No fundo, o que você está dizendo quando deixa de crê que és plenamente aceitável perante ele, tal como é, por causa da justiça de Cristo em você, é que seus padrões para si mesmo são mais altos do que os de Deus. E essa atitude é ao mesmo tempo presunçosa e falsa. (libertos para viver, 127). Ele disse ainda: Há duas coisas sobre as quais precisamos construir o nosso viver cristão, de modo a experimentar a realidade do perdão de Deus em nossa vida diária: Primeiro, todos os nossos pecados – passados, presentes e futuros - foram perdoados quando Jesus morreu na cruz. Não há sequer um que ele não tenha perdoado; (foram levados por Jesus, foram encravados na cruz e o perdão, de todos, liberado quando Jesus nos salvou). Segundo, além de perdoar todos os nossos pecados, Deus os apagou de sua memória para sempre. Nunca mais seremos condenados por causa deles. [não devo lembrar deles também], (libertos para viver, 141) . Ele disse mais ainda: “ A expressão “perdoando” em Cl 2.13 no original grego aparece no tempo aoristo, dando a entender que o perdão aconteceu num determinado momento no passado. Em outras palavras quando Deus cuidou do problema do pecado na cruz, isso se tornou assunto encerrado. Quero fixar nossa atenção numa frase em particular nesse versículo: perdoando todos os nossos pecados. Você alguma vez já parou para pensar no quanto “Todos” significa? Um amigo meu, advogado, contou que num processo judicial a expressão “tudo” foi definida assim: “Tudo inclui toda e qualquer coisa e não exclui coisa alguma” (p.139). Condenar-nos pelos nossos pecados, é como dizer que a graça de Deus é menor que eles. “A consciência das nossas fraquezas nos torna dependentes da graça de Deus” (Maravilhosa graça)

Dentro desse ponto, ainda, tem a confusão da confissão e petição de perdão pelos nossos pecados: A teologia convencional diz que temos que confessar os nossos pecados e pedir perdão, diariamente. Mas a Bíblia diz que os nossos pecados já foram aniquilados na cruz e o perdão não depende mais de o pedirmos, ou da confissão dos nossos pecados. Já foi consumado!! (Glória a Deus por isso!). Você pode examinar o NT e verá apenas uma referência que fala de pedir perdão dos pecados a Deus, mas quando Jesus disse isso a lei ainda estava em vigência. Jesus disse no Pai Nosso: “Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores” (Mt 6.12). A lei de Moisés não teve o seu fim no nascimento de Cristo, não, e sim na cruz, quando ele cumpriu toda a lei. E a partir da cruz não existe um texto se quer, que orienta pedir perdão dos pecados a Deus! E Sobre a confissão, temos apenas 1Jo 1.9, mas não se pode formar uma doutrina baseado apenas em um versículo. Portanto, não temos mais que nos preocuparmos com os nossos pecados no que se refere a Deus. 

Claro que na esfera humana, o pecado continua e deve ser evitado, porque todo pecado é uma ação da carne, seja ele qual for; e tudo que semearmos na carne colhemos na carne. Paulo disse: “Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6.7); e que quem vive na prática das obras da carne não reinará com Cristo em vida (Rm 5.17; Gl 5.19-21). Mas o não reinar com Cristo, não tem nada a ver com a segurança da nossa salvação. A nossa salvação está incondicionalmente segura nas mãos de Deus. Ponto! Isso inclui aspectos sociais, culturais, psicológicos, morais, etc. Em relação a Deus, nada do que eu fizer ou deixar de fazer, fará com que ele me ame mais ou menos. As consequências das nossas práticas erradas estão sempre em nível da carne. E como somos filhos e não bastardos, somos disciplinados pelo Senhor! A nossa disciplina pode ser naturalmente consequencial, e não necessariamente imposta por Deus. Por exemplo, se eu cruzar um semáforo vermelho, as seguintes consequências poderão vir: ou o meu carro será batido por outro e eu terei que pagar para consertar, ou serei multado e terei que pagar a multa. Não tem nada a ver com Deus e sim com a conseqüência natural dos fatos. E orar, pedir perdão, conselhos, não adianta, a conseqüência vai permanecer até que se cumpra. Outro exemplo, que vemos sempre, se um casal solteiro e salvo se envolver em um relacionamento sexual e a moça ficar grávida como consequência natural, o perdão desse pecado já foi consumado na cruz, mas ela terá que mudar toda a estrutura do projeto de sua vida, para cuidar da criança. Outro exemplo ainda: Se uma pessoa tirar a vida de outra, não adianta pedir perdão a Deus por tal crime, a justiça no nível da lei humana vai ter que ser satisfeita. Para o eleito, o perdão, de qualquer pecado, já foi consumado na cruz, mas no nível humano ele terá que pagar, assim como o não eleito. O perdão não muda isso, pois é uma consequência natural. Poderia mencionar muitos outros exemplos, mas com esses você pode ampliar com outros em sua imaginação e experiências. A disciplina imposta por Deus, na verdade, não tem nada a ver diretamente com o pecado cometido e sim com o caráter, com a raiz do ato, com a motivação que leva a prática. Deus trata com o caráter porque o pecado já foi tratado de uma vez para sempre lá na cruz. Se um salvo cometer um crime e chegar diante do juiz e dizer: meritíssimo, o pecado que cometi, (todo crime em relação a lei é pecado, porque o pecado é a transgressão de uma lei, nesse caso da lei do país; mas nem todo pecado é crime), é um pecado que foi perdoado a quase dois mil anos atrás, Jesus já pagou por ele, não tenho que pagar novamente agora, pois nenhum crime pode ser cobrado duas vezes! O juiz dirá: ele foi pago por Jesus diante de Deus, não diante da lei aqui na terra, por isso terás pagar por ele! 

Mas o aspecto posicional da nossa salvação, é imutável. Que maravilha o fato da segurança e preservação da nossa salvação não depender de nós e, sim, somente, de Deus!!! Jesus aniquilou o pecado na vida do eleito, para sempre. Não depende de mim, nem dos que querem me julgar ou do que acham de mim, mas somente de Deus. Estamos livres, aleluia!!!!.

O que estou escrevendo aqui é apenas a ponta do iceberg, tem muito mais! Tudo isso faz parte da graça soberana de Deus. Continua... Leia também as partes  01030405 , 0607 e 08 deste artigo.

Pr Aramisio Borges

Leia mais aqui:=>  https://www.mmgd.com.br/

                                   https://cmsgd.blogspot.com.br/

 

 

—————

Voltar