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A Soberana Graça de Deus e o Fim do Nosso Sentimento de Culpa - parte 04

06/03/2016 09:24

PARTE 04 

 O Dr. Paul Tournier, famoso conselheiro Suíço, médico de confissão Evangélica que fundou e militou o movimento "Medicina da Pessoa" e autor das obras: Bíblia e Medicina, Desarmonia da Vida Moderna, Medicina da Pessoa, Da Solidão à Comunidade, Os Fortes e os Fracos, Envelhecer é uma Arte, O Segredo, Violência e Poder, A Personagem e a Pessoa, disse: "Não há sofrimento pior e mais prejudicial do que o sentimento de culpa. Para algumas pessoas a maior dificuldade é o presente, para outras é o medo do futuro, mas outras acham que o pior inimigo é o passado; porque o passado pode transformar o presente em um inferno. Enquanto a ansiedade é o medo do futuro, daquilo que esta para vir; o sentimento de culpa é o medo do passado".

DEFINIÇÃO E ORIGEM DO SENTIMENTO DE CULPA

1. Vamos começar analisando o sentimento de culpa como oriundo do pecado nos aspectos filosóficos  e psicológicos. 

sentimento de culpa é o sofrimento obtido após reavaliação de um comportamento passado tido como reprovável por si mesmo. A base deste sentimento, do ponto de vista psicanalítico, é a frustração causada pela distância entre o que não fomos e a imagem criada pelo superego daquilo que achamos que deveríamos ter sido.

2. Há também outra definição para "sentimento de culpa", quando se viola a consciência moral pessoal (ou seja, quando pecamos e erramos), surge o sentimento de culpa. 

Para a Psicologia Humanista-existencial, especialmente a da linha rogeriana, a culpa é um sentimento como outro qualquer e que pode ser "trabalhado" terapeuticamente ao se abordar este sentimento com aquele que sofre. Para esta linha de Psicologia, um sentimento como esse, quando chega a ser considerado um obstáculo por aquele que o sente, é resultado de um inadequado crescimento pessoal, mas não é considerada uma psicopatologia. Para os rogerianos, todas as pessoas têm uma tendência à atualização que se dirige para a plena auto realização; sendo assim, o sentimento de culpa pode ser apenas limitação momentânea no processo de auto realização. [O conceito principal de Carl Rogers, que deu origem a teoria rogeriana, é a pedra fundamental sobre a qual repousa o estudo da personalidade centrada no homem, isto é, tendo o homem como centro] 

3. É bastante concebível que tampouco o sentimento de culpa produzido pela civilização seja percebido como tal, e em grande parte permaneça inconsciente, ou apareça como uma espécie de mal-estar, uma insatisfação, para a qual as pessoas buscam outras motivações. As religiões, pelo menos, nunca desprezaram o papel desempenhado na civilização pelo sentimento de culpa.

4. O sentimento de culpa, a severidade do superego, é, portanto, o mesmo que a severidade da consciência. É a percepção que o ego tem de estar sendo vigiado dessa maneira, a avaliação da tensão entre os seus próprios esforços e as exigências do superego. É o ponto-chave do texto "Mal estar na civilização" de Sigmund Freud.

Veja sobre o sentimento de culpa na ótica freudiana: Veja aqui

5. No Sentido religioso a culpa é gerada por  um ato da pessoa que recebe uma avaliação negativa da divindade, por consistir na transgressão de um tabu ou de uma norma religiosa. A sanção religiosa é um ato social, e pode corresponder a repreensão e pena objetivas. De outra parte, a culpa religiosa compreende também um estado psicológico, existencial e subjetivo, que propõe a busca de expiação de faltas ante o sagrado como parte da própria experiência religiosa. O termo pecado está geralmente ligado à culpa, no sentido religioso. (Wikipédia)

6. POR QUE TEMOS SENTIMENTO DE CULPA? 

 Veja o que a Psicóloga Rosemeire Zago da Revista Psique escreveu:

 "A verdade sai do erro. Por isso nunca tive medo de errar, nem dele me arrependi seriamente" Essa frase ao lado do psiquiatra suíço C. G. Jung (1875-1961) nos faz refletir sobre muitas coisas... Quase sempre chegamos na verdade ao errarmos. É isso mesmo! Mas, quantos erros cometemos até chegarmos na verdade?

    Isso não importa, o que deve importar mesmo é a experiência adquirida e o crescimento obtido. Mas nem sempre temos essa consciência e, na maior parte do tempo, os erros cometidos são transformados em culpas. Alguns passam a vida errando e se culpando; outros sendo vítimas dos erros dos outros, e culpando-os; outros não fazem nada ou em tudo que fazem, são culpados; e outros, ainda para justificarem seus próprios erros, nos culpam. Que loucura, não?

   Culpa é o sentimento de ser indigno, mau, ruim, carrega remorso e censura. A culpa é o resultado de muita raiva guardada que se volta contra nós mesmos. Poderíamos resumir assim:
    Raiva + mágoas reprimidas = culpa = autopunição
    Esse sentimento que corrói nossa alma e que muitas vezes nos impede de sermos nós mesmos, tem muitas variáveis difíceis de se esgotar. Mas podemos refletir sobre alguns aspectos geradores de culpa.
  Características de quem sente culpa- Preocupação excessiva com a opinião dos outros;

- Sente-se mal quando recebe algo, pois na verdade não se considera digno de aceitar o que os outros dão;
- Fala repetidamente sobre o que motivou a sentir culpa;
- Raiva reprimida;
- Dificuldade em assumir responsabilidade pelos próprios atos;
- Sente-se rejeitado;
- Responsabiliza o outro pelo próprio sofrimento;
- Sente-se vítima em algumas ou muitas situações;
- Geralmente se pune ficando doente, ou sendo vítima frequente de acidentes, ou seja, autopunições constantes;
- Dificuldade em expressar os reais sentimentos;
- Não consegue falar 'não';
- Necessidade em agradar;
- Sempre fazendo algo pelos outros e raramente para si mesmo;
- Dificuldade em fazer algo só para si;
- Não consegue administrar o tempo, pois está sempre sobrecarregado;
- Baixa autoestima;
- Falta de amor-próprio.

   Você pode se identificar com essas características ou ter outras, o importante é reconhecer que a culpa traz muitas consequências em nosso modo de ser e agir. Perceba como se sente, elevando assim seu autoconhecimento para mudar o que te faz sofrer.

A culpa pode ser gerada pela (o)

- Religião; - Morte; - Manipulação; - Crítica; - Regras; - Acusações; - Repressão; - Rigidez; - Inflexibilidade; - Julgamento; - Controle; - Dependência; - Superproteção; - Raiva; - Medo; - Rejeição; - Abandono; - Abusos; - Mentira; - Prazer; - Felicidade; - Dinheiro; - Sucesso; - Expectativa; - Comparações; - Necessidade de agradar; - Comodismo/ falta de atitude; - Sentimentos de impotência; - Preconceito; - Segredos, principalmente entre os familiares.

  Aqui estão algumas causas do sentimento de culpa. A origem de sua culpa pode ser outra, ou serem várias. Procure ter a consciência exata da origem do seu sentimento de culpa. Explore um pouco mais sobre o que gerou em você a culpa. Comece perguntando-se: O que me faz sentir culpa? De não ter sido amado? Ter sido rejeitado, abandonado? Ter acreditado que recebia amor, quando na verdade recebia apenas o que acreditava ser amor? Ter sido vítima de maus tratos e abuso sexual ainda criança? Terem me ocultado a verdade, o que me obrigou a acreditar e conviver com a mentira? De não ter sido amado? 

   Faça uma lista de todas as culpas que você sente, por maior que possa ser a lista, faça! Isso o ajudará a compreender melhor seus sentimentos e conflitos gerados pela culpa. Analise as situações em que aconteceram os fatos e se você efetivamente tinha condições de agir diferente de como agiu. Depois continue sua análise. Onde, quando e por que começou cada uma delas? Quais são as situações que me sinto culpado pelo que fiz ou deixei de fazer? Quais eram meus valores em relação ao assunto quando agi daquela forma? Se fosse hoje minha atitude seria diferente? Como? Quem fazia ou faz com que eu me culpe? Busque a relação da culpa atual com seu histórico de vida. O objetivo desse exercício não é buscar mais culpados, mas explorar os motivos pelos quais ainda se culpa, se responsabilizando pelos seus atos, e mudar o que pode ainda ser mudado, libertando-se desse sentimento que aprisiona e impede o crescimento.

 Consequências da culpa

- Autopunição;

- Medo;
- Sofrimento;
- Remorso;
- Estagnação;
- Doença - segundo alguns estudos, a culpa está presente em praticamente a maioria das pessoas portadoras de câncer;
- Tristeza/depressão;
- Submissão;
- Prisão emocional;
- Solidão;
- Dificuldade em impor limites, dizer não;
- Fuga através do álcool, drogas;
- Compulsão alimentar;
- Conflitos internos e nas relações ;
- Dificuldade em sentir prazer;
- Destruição da autoestima e amor-próprio.

  As consequências da culpa são muitas, isso ocorre porque com a culpa está sempre presente a necessidade, ainda que inconsciente, de autopunição. É certo que a culpa pode ser um sinal de alerta sobre falta de limite e respeito pelo outro; ou a indicação que é preciso mudar algum padrão de comportamento. Caso contrário, poderá continuar machucando aqueles que lhes são mais caros.

O mais indicado sempre é responsabilizar-se e não se culpar, pois a culpa faz com que permaneçamos no papel de vítima e esse traz apenas estagnação e repetição de padrão, não proporciona crescimento. A responsabilidade faz com que acreditemos na capacidade de mudar. E todos nós temos essa capacidade!                                                                       

7. O QUE FOI FEITO COM O NOSSO PECADO?

   Bom, concordamos plenamente que o sentimento de culpa está direto ou indiretamente associado com o pecado. E que o pecado no ponto de vista social é a quebra de uma norma estabelecida pela própria sociedade. E no ponto de vista espiritual, da mesma forma, está associado, direto ou indiretamente a quebra de um mandamento, ou padrão estabelecido por Deus, ou pela religião. O sentimento de culpa  é, portanto, a consciência que uma pessoa tem de que não agiu corretamente em relação a Deus, à sociedade ou religião e por isso está em falta. Essa sociedade começa na família. O homem pode ter sentimento de culpa ligada a qualquer uma dessas duas fontes. E esse sentimento de culpa pode ser real ou imaginário. Real, quando é de fato consequência da quebra de uma das normas estabelecidas, por Deus, pela sociedade, ou pela religião; imaginário, quando não tem esse fundamento, mas mesmo assim persiste.

   Já que o sentimento de culpa está associado ao pecado, porque o pecado é a quebra de uma lei;  se conseguíssemos ter uma consciência da inexistência do pecado em nossas vidas, eliminaríamos, também, o sentimento de culpa. Partindo desse principio, independentemente do nosso comportamento, podemos ter uma consciência limpa e isenta de culpa em relação a Deus. Creio que se essa parte for resolvida todas as demais se encaixarão  em plena harmonia. Tudo em nós se harmoniza em perfeita sincronia.  Entendo que o homem sofre mais com o sentimento de culpa por não ter alcançado o padrão de Deus do que no que se refere a sociedade. Tenho boas notícias para quem sofre nessa área em relação Deus!  Por mais de três décadas ouvi e preguei, que todo pecado que cometemos, antes de tudo é contra Deus e em segundo plano, contra o próximo. Hoje entendo que é um equívoco pensar assim. Nenhum pecado que o eleito comete, depois da cruz, pode ser contra Deus. Pois está bem claro na Bíblia que tudo que o pecado poderia atingir a Deus já o atingiu na cruz; não há mais nada que ele possa fazer em relação a Deus. Jesus foi atingido ao máximo pelo nosso pecado na cruz. Jesus morreu pelo nosso pecado, e o encravou na cruz. Nos crucificou com ele, fomos sepultados com ele, e nos ressuscitou com ele, sem nenhum pecado, nem ele nem nós. Os pecados ficaram encravados na cruz; foram aniquilados lá, para sempre!

  Veja mais o que Paulo diz em Cl 2.13,14 “E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da vossa carne, vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos; tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz;” Em relação a esse texto acima, Hal Lindsey disse: “Talvez você jamais tenha pensado nisso nestes termos, mas ter essa espécie de sentimento [de culpa] a respeito de si mesmo é mais ou menos como dar uma tapa no rosto de Jesus. No fundo, o que você está dizendo quando deixa de crê que és plenamente aceitável perante ele, tal como é, por causa da justiça de Cristo em você, é que seus padrões para si mesmo são mais altos do que os de Deus. E essa atitude é ao mesmo tempo presunçosa e falsa. [libertos para viver, 127]. Ele disse ainda: Há duas coisas sobre as quais precisamos construir o nosso viver cristão, de modo a experimentar a realidade do perdão de Deus em nossa vida diária: Primeiro, todos os nossos pecados – passados, presentes e futuros - foram perdoados quando Jesus morreu na cruz. Não há sequer um que ele não tenha perdoado; (foram levados por Jesus, foram encravados na cruz e o perdão, de todos, liberado quando recebemos a Jesus como nosso salvador). Segundo, além de perdoar todos os nossos pecados, Deus os apagou de sua memória para sempre. Nunca mais seremos condenados por causa deles. [não devo lembrar deles também] [libertos para viver, 141] . Ele disse mais ainda: “ A expressão “perdoando” em Cl 2.13 no original grego aparece no tempo aoristo, dando a entender que o perdão aconteceu num determinado momento no passado. Em outras palavras quando Deus cuidou do problema do pecado na cruz, isso se tornou assunto encerrado. Quero fixar nossa atenção numa frase em particular nesse versículo: “perdoando todos os nossos pecados”. Você alguma vez já parou para pensar no quanto “Todos” significa? Um amigo advogado meu contou que num processo judicial a expressão “tudo” foi definida assim: “Tudo inclui toda e qualquer coisa e não exclui coisa alguma” (p.139). Condenar-nos pelos nossos pecados, é como dizer que a graça de Deus é menor que eles. “A consciência das nossas fraquezas nos torna dependentes da graça de Deus” (Maravilhosa graça). Para o eleito, o perdão, de qualquer pecado, já foi consumado na cruz.

   Dessa forma, o nosso passado findou; não precisamos carregá-lo como se fosse um fantasma; como um peso insuportável por toda a nossa vida. Quando Jesus morreu naquela cruz, todo o nosso passado, presente e futuro, negativos, foram resolvidos de uma vez para sempre! Precisamos acertar sempre os pecados cometidos por nós em relação ao próximo e a sociedade, porque em relação a Deus tudo já está acertado. Tudo está consumado!

  Vou repetir mais uma vez o que o que já disse anteriormente, para que se fixe bem esse ponto. Hoje entendo da seguinte forma: Em relação a Deus não há mais pecado;  na cruz o pecado, em relação a Deus, foi aniquilado. Veja essas escrituras: Hb 9.26 “Ora, neste caso, seria necessário que ele tivesse sofrido muitas vezes desde a fundação do mundo; agora, porém, ao se cumprirem os tempos, se manifestou uma vez por todas, para aniquilar, pelo sacrifício de si mesmo, o pecado”. Aniquilar no original significa: “Tornar sem efeito, anular, tornar em nada, destruir; transformar nulificar, invalidar, arrasar, assolar, devastar, erradicar, exterminar e matar”. Na cruz Jesus tirou o nosso pecado “No dia seguinte, viu João a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” (Jo 1.29) Ele nos salvou dos nossos pecados. O anjo disse: “Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1.21). Por muitos anos entendi que esse "seu povo" mencionado no versículo acima era o  povo de Israel; mas agora sei que se refere aos eleitos.  Ora se nós ainda tivéssemos que tratar do nosso pecado do passado, do presente ou do futuro, então não estaríamos salvos e livres deles! Se Jesus aniquilou, removeu, destruiu e tirou o nosso pecado, então isso também demonstra um dos aspectos da consumação na cruz.

    Paulo disse: "bem-aventurado o homem a quem o Senhor jamais imputará pecado" (Rm 4.8); A justiça de Jesus foi creditada em nossa conta e para sempre nenhum pecado pode ser creditado ali! Pecamos no nível da carne todo dia e toda hora, mas esses pecados, de acordo com esse e outros textos, não são mais imputados ou levados em consideração por Deus. Pois estamos em Cristo Jesus; estamos inseridos nele e nele não há pecado. Como poderíamos estar em Jesus e mesmo assim estar em pecado? Não é uma incoerência? De acordo com texto acima, Jamais Deus vai imputar ou  considerar um pecado praticado por um eleito. Por isso nenhuma condenação há para aquele que está em Cristo. Não se refere aqui ao que não pratica pecado, mas ao que está em Cristo, (Rm 8.1). Como Deus poderia punir o pecado duas vezes. Uma vez em Jesus e outra vez em mim?  Em nenhuma País do mundo um crime pode ser punido duas vezes; será que Deus faria isso? Levar em consideração é ter em conta e ter em conta é uma provo de que pode ser cobrado. Por isso Deus não leva mais em conta pois o preço do nosso perdão foi pago por Jesus e nunca mais será cobrado de nós, que estamos nele, Jesus. O processo que poderia desembocar na nossa condenação trouxe como resultado a nossa absolvição. Por isso fomos inocentados. (veredicto: nenhuma condenação). O processo foi concluído e nunca mais será reaberto. E como ele não pode ser reaberto, então nunca mais seremos condenados nesse processo, pois o mesmo está encerrado. Tudo está na dimensão do esquecimento. Deus se auto impôs o poder de esquecer-se deles e nós também não devemos lembrar. É como alguém  disse: Deus os lançou no mar do esquecimento e colocou uma placa: "é proibido pescar aqui". Ninguém tem o direito e nem pode sondar as profundezas desse mar.  E nunca mais haverão outros processos! Aleluia! 

8.  POR QUE NÃO DEVEMOS TER SENTIMENTOS DE CULPA?

   Como de certa forma já vimos, o sentimento de culpa é extremamente negativo para nós. Ele nos corrói por dentro. Destrói as fibras emocionais da nossa alma. Nos fragiliza em tudo deixando-nos com sentimentos de rejeição e de indignidade. No contexto do universo nos  parecemos os piores e mais miseráveis de todos os homens. Sendo assim nada para nós parece bom. Torna o nosso sentimento um sentimento de fracasso criando em nós um senso de rejeição pela sociedade, família e até por Deus. Entramos em uma síndrome de autopunição e destruição, entrando em um estado de autocomiseração e encarnamos no nosso viver diário um senso  de que não valemos mesmo nada. E assim será para a pessoa com sentimento de culpa não resolvido. Salomão disse: “Porque, como imagina em sua alma, assim ele é...” (Pv 23.7).

   O sentimento de culpa gera em nós uma fé negativa. Existe esse tipo de fé! Essa fé trabalha na contra mão da fé legitima processada em nós pelo Espírito Santo na iluminação do nosso entendimento pela Palavra de Deus. Jó disse: “Aquilo que temo me sobrevém, e o que receio me acontece” (Jó 3.25).

    Outra coisa de alta relevância que acontece em relação ao sentimento de culpa é o fato de que ele em nada nos ajuda. Sendo assim, precisamos entender de uma vez por todas, que é imprescindível ficarmos livres dele. De que forma? Lembrando sempre de que todo problema associando ao nosso pecado, seja do passado, presente ou futuro, já foi resolvido e encerrado na cruz. E como o sentimento de culpa está enraizado no pecado como sua causa; então precisamos ter sempre consciência de que não há porque continuarmos com ele, uma vez que todo o nosso pecado foi perdoado e encravado naquela cruz. Antes que nascêssemos, Deus providenciou definitivamente a solução para todo pecado que cometeríamos até o final da nossa vida; tudo isso de antemão! Como já vimos acima, nada que façamos  vai alterar a nossa aceitação e o amor que Deus tem por nós. Quando ele nos amou e nos elegeu foi provido, em Jesus, a nossa redenção, e o nosso perdão. Não somos aceitos porque o amamos, porque o escolhemos, porque não somos tão maus assim; pelo contrário, ele nos amou primeiro e nos escolheu, antes de tudo, baseado única e exclusivamente na sua graça. Ele nos conheceu antes de nascermos, com todas as nossas falhas, pecados, tudo! E mesmo assim nos elegeu, nos amou tanto ao ponto de entregar seu amado e único filho para nos resgatar do reino das trevas. Nada vai mudar esse amor. Seu amor é imutável porque ele nos ama não pelo que somos, mas pelo que ele é. E como ele é imutável, seu amor e aceitação por nós também são imutáveis. E quando ele nos elegeu, elegeu sabendo de tudo que seriamos ou faríamos, de todos os nossos pecados, fracassos, de todas as nossas esquisitices e mesmo assim nos escolheu! Veja o que Jesus disse: "Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda" (Jo 15.16). Que coisa maravilhosa! Nada do que fizermos ou deixarmos de fazer foi ou vai ser surpresa para Deus. Ele já sabia de tudo antes de nos escolher! Pense nisso! Você é amado pelo que ele é, e ele é amor.

9.  NA CRUZ FOMOS FEITOS NOVAS CRIATURAS

  Muitos pensam que o ser nova criatura tem a ver, necessariamente, com mudanças de nosso comportamento, de coisas velhas para coisas novas. Sim, na verdade isso é incluído no comportamento da nova criatura, mas não é a causa. Somos novas criaturas porque, independentemente do que fazemos, a nossa velha criatura, o nosso velho homem, foi morto com Jesus na cruz.

  Veja o que Paulo disse: “Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo... Porque, se fomos unidos com ele na semelhança da sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da sua ressurreição, sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos; porquanto quem morreu está justificado do pecado. Assim também vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus. Nem ofereçais cada um os membros do seu corpo ao pecado, como instrumentos de iniquidade; mas oferecei-vos a Deus, como ressurretos dentre os mortos... tendo sido sepultados, juntamente com ele, no batismo, no qual igualmente fostes ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos” (Rm 6.4,5,6,7,11,13 e Cl 2.12). Essa é a razão de sermos novas criaturas. O nosso comportamento cristão nunca vai alterar esse fato. Somos novas criaturas porque ao ser crucificada com Jesus a nossa velha criatura, foi gerada em nós (no novo nascimento) uma nova criatura. Isso não dependeu de nós, somente dele. E isso também é imutável, porque tudo que Deus faz no plano espiritual é perfeito e imutável. Veja que Paulo diz: “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2Co 5.17). Fica bem claro que a razão de sermos novas criaturas é pelo fato de estarmos em Cristo. Nada do que fazemos ou deixamos de fazer, mas pelo que ele fez. O que Deus fez por nós? Ele nos colocou em Cristo e isso nos fez novas criaturas. Quando ele fez isso? No eterno passado.  Isso é o que importa antes de tudo  "Pois nem a circuncisão é coisa alguma, nem a incircuncisão, mas o ser nova criatura” (Gl 6.15).

   E como foi dito, uma vez que somos novas criaturas, nenhum pecado que cometermos será imputado em nossa conta. E Paulo continua dizendo “Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8.1).

10. NENHUM JULGAMENTO, ACUSAÇÃO OU CONDENAÇÃO                             

   Quem está credenciado para nos julgar ou nos condenar? A resposta está no texto a seguir “Que diremos, pois, à vista destas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas? Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós. Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? Como está escrito: Por amor de ti, somos entregues à morte o dia todo, fomos considerados como ovelhas para o matadouro. Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 8.31-39). Nada poderá nos separar do amor de Deus, nada mesmo! Hoje, depois da cruz, nem mesmo o pecado pode causar divisão entre nós e nosso Deus. Deus seria quem poderia nos acusar, mas como ele nos acusaria se é ele mesmo que nos justifica? Jesus seria o único que poderia nos condenar; mas como ele nos condenaria se é ele mesmo que morreu para nos justificar e também intercede por nós? Por isso Paulo disse que não há nenhuma condenação para o que está em Cristo Jesus. Se quem estaria em condições de nos julgar, acusar e condenar, não o faz porque o propósito dele é nos salvar e não condenar, quem então poderia fazer isso? Não há ninguém na terra, no céu ou debaixo da terra que possa nos condenar. Jesus disse: “Quem crê nele não é condenado” (Jo 3.18). O mesmo texto na LH: “Quem nele crê não é julgado” 

   Paulo disse: “Porém o homem espiritual julga todas as coisas, mas ele mesmo não é julgado por ninguém. Todavia, a mim mui pouco se me dá de ser julgado por vós ou por tribunal humano; nem eu tampouco julgo a mim mesmo. [...] pois quem me julga é o Senhor.” (1Co 2.15; 4.3,4). Esse julgamento o qual Paulo atribui ao Senhor, não tem nada a ver com a nossa posição de salvação e de filho diante de Deus. Aqui tem a ver com inocentar. Em um julgamento há duas finalidades: de condenar ou inocentar; em relação aos eleitos todo julgamento tem como finalidade inocentar. Não há mais julgamento com a finalidade de condenar para o eleito, pois em relação a ele o veredicto já foi impetrado (nenhuma condenação há Rm 8.1). Como ainda poderia haver qualquer julgamento com o propósito de condenar, se não há mais nenhuma condenação associada a ele!? Não! Quando Jesus morreu o nosso pecado foi julgado nele e o nosso julgamento ou condenação e todas as acusações foram totalmente suspensos e para sempre. 

A única pessoa que poderia nos julgar teria que alcançar cem por cento de santidade na sua vida aqui na terra. Se ela falhasse em um por cento em um único momento de sua vida, já não estaria credenciada para nos julgar. E como ainda não viveu na terra, e nem viverá, alguém, com exceção de Jesus, que tenha alcançado esse padrão; ninguém, mas ninguém mesmo, está a altura para julgar um eleito em relação a sua posição diante de Deus. Vemos muito isso nas igrejas hoje. Tribunal humano julgando a vida de um eleito, como se os integrantes desses tribunais estivessem à altura para tamanha responsabilidade. Jesus disse: aquele que tiver sem pecado... isto é, aquele que nunca cometeu pecado, seja o primeiro a atirar a pedra. Veja mais o que Paulo disse: “Quem és tu que julgas o servo alheio? Para o seu próprio senhor (forma de pensar) está em pé ou cai; mas estará em pé, porque o Senhor é poderoso para o suster” (Rm 14.4). Todo salvo é um servo do Senhor e não do homem e o Senhor é quem o sustenta e o declarou inocente, não pelo que ele, o eleito, fez ou deixou de fazer; mas pelo que ele, Jesus, fez na cruz. Ao pé da cruz todos nós somos iguais, pois os méritos e a graça de Jesus nos colocam no mesmo nível.

  Estamos livres de qualquer julgamento! Jesus disse: “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente, sereis livres” (Jo 8.36). Se você é um eleito, nunca mais submeta-se ao jugo humano; você está livre, não aceite acusação por nada que tenhas feito, nem da parte dos homens, da parte do inimigo ou da sua própria consciência. Jesus já encravou todos os teus pecados na cruz. Paulo escreveu aos gálatas assim: “Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão” (Gl 5:1) Estou me referindo julgamento em relação a nossa vida espiritual, em relação ao pecado; não em relação a crimes contra a sociedade, por esses, sim, o cidadão preciso ser julgado por um tribunal humano. Quem quebra a lei do seu país precisa pagar por isso. Aqui cabe uma observação importante: Existe um julgamento entre nós, os eleitos, que é legitimo, é o que se refere ao nosso convívio em comunidade (igreja), e que está demonstrado em 1Co 5. Esse julgamento tem a ver com a nossa postura aqui na terra entre os salvos e não tem nada a ver com a nossa posição em relação a Deus. Uma comunidade, pode sim, julgar os atos de um de seus integrantes no que se refere o seu comportamento em relação aos outros. Mas esse julgamento não inclui a posição do salvo em relação ao seu Senhor. Nesse aspecto só Deus tem a incumbência. Veja mais uma vez o que Paulo disse: “Porém o homem espiritual julga todas as coisas, mas ele mesmo não é julgado por ninguém. Todavia, a mim mui pouco se me dá de ser julgado por vós ou por tribunal humano; nem eu tampouco julgo a mim mesmo. [...] pois quem me julga é o Senhor.” (1Co 2.15. O homem espiritual do qual Paulo está falando é a nova criatura, o espírito regenerado, o novo homem; esse ninguém pode julgar, somente Deus.
  Você está livre para reinar com Cristo em vida, reine, portanto: “Se, pela ofensa de um e por meio de um só, reinou a morte, muito mais os que recebem a abundância da graça e o dom da justiça reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo” (Rm 5.17). Levante a cabeça e reine com ele; você é um eleito, um filho, viva como tal, não baseado na sua própria justiça, porque a mesma não passa de trapo de imundícia “Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapo da imundícia; todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniquidades, como um vento, nos arrebatam” (Is 64.6); mas pela justiça de Cristo: “Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção, e ser achado nele, não tendo justiça própria, que procede de lei, senão a que é mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus, baseada na fé” (1Co 1.30; Fp 3.9). Não procure em si mesmo justiça própria. Mas se você for um eleito, pode estar certo de que a justiça de Cristo está em você e por ela, somente por ela, você está justificado e essa justificação gera em você a paz, eliminando, portanto, no mesmo tempo o sentimento de culpa. 

Paulo escreveu aos romanos o seguinte: “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo; por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus” (Rm 5.1,2). A consciência da nossa justificação por Cristo gera em nós a paz necessária para eliminar definitivamente o nosso sentimento de culpa e nos proteger de geração do próprio sentimento de culpa. Não é possível ter paz com Deus sem consciência da nossa justificação e não é possível, também, estar livre do sentimento de culpa sem essa paz. Daí a importância de sempre ter consciência de que a nossa justificação em Cristo é um fato e que não depende de nós, já aconteceu na cruz. Ninguém, e nem nada, vai nos roubá-la e em quaisquer circunstancias. Estamos definitivamente justificados! Isso não depende e nunca dependeu de nós. Como é mencionado na Bíblia King James: A expressão “propiciação” vem do antigo hebraico, que traduzido para o termo grego na Septuaginta hilasterion, significa o lugar específico onde os pecados deviam ser expiados ou pagos (removidos), e que em grego era chamado de kapporeth (propiciatório). Através do sacrifício redentor de Jesus, o Filho; Deus, o Pai, remove o pecado do seu povo, não virtualmente ou simbolicamente como se dava nos rituais do passado (Lv 16), mas agora, em plena realidade físico-espiritual, eliminando definitivamente toda a culpabilidade humana perante Deus – o Supremo Juiz – e limpando completamente a consciência de cada indivíduo que aceita o sacrifício do Senhor como salvação para sua vida e, a partir dessa constatação, nasce de novo (Jo 3; 1 Jo 2.2). 

11. A IMPORTANCIA DA CONSCIÊNCIA  DO AMOR DE DEUS NA FORMA DA GRAÇA  (Veja 1Co 13)

   Quando temos plena consciência desse amor tão imensurável de Deus por nós, somos curados plenamente de nossos sentimentos de culpa. O amor na expressão da graça é como um bálsamo  que, ao atingir as nossas feridas emocionais,  propicia a plena cura. Não existe nada tão eficaz para curar os nossos traumas, sejam eles quais forem, como o amor de Deus. Paulo diz que esse amor excede toda a nossa compreensão “e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus” (Ef 3.19). E quando esse amor na forma da graça é derramando no nosso coração (Rm 5.5), gera dentro de nós uma paz que também excede o nosso entendimento, vai além do que possamos mensurar  “E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus” (Fp 4.7). Essa  paz gerada em mim protege os meus sentimentos, minha mente e emoções das feridas passadas, presentes e futuras “...guardará vosso coração e vossa mente” (=alma). Quando tenho consciência de que Deus me ama incondicional e independentemente do que sou, deixo de ser, faço ou deixo de fazer; que ele é imutável; que é intenso, perfeito; que é  maior que o céu e que é direcionado, focado e aplicado a mim, o meu coração fica apaziguado, pacificado, tranquilo, descansado, repousado nessa graça infinita de quem mais me ama em todo o universo. Essa é a cura de que precisamos no nosso dia a dia. 

   Vivemos tempos difíceis e trabalhosos “Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis” (2Tm 3.1). E Jesus disse que no mundo teríamos aflições. Precisamos imprescindivelmente viver nessa dimensão da graça. Somos tão falhos, pecamos todo dia e toda hora. Ficamos sobrecarregados com as nossas deficiências. Somos pressionados com os nossos fracassos em alcançamos alvos e sonhos traçados a longas datas. A teologia da prosperidade diz: você vai vencer isso é ponto pacifico, mas nem sempre acontece assim e aí nos frustramos; pensamos que o problema está em nós. Então nos cobramos mais ação. Somos cobrados pela sociedade, pelos a fazeres de cada dia, pela religião, pela família, pelos amigos, pelos inimigos e por nós mesmos. Cada um com o seu padrão quase sempre inalcançável. Por não alcançamos tais padrões, nos tornamos nossos próprios verdugos e algozes. Quem pode suportar tudo isso se não houver essa maravilhosa graça de Deus gerindo tudo isso em nós?! Se não fosse a graça de Deus nos reciclando a todo instante, seriamos esmagados pelo sentimento de culpa por não alcançarmos tais padrões.

   Na Bíblia há recomendação para entramos no repouso de Deus. O viver nessa plena graça é o repouso de Deus. Nesse  repouso encontramos alívios para todas as fadigas, desalento, agonias, sentimento de culpa, autocomiseração, baixa autoestima e flagelos das nossas almas. Encontramos  serenidade, paz, alegria, segurança, motivação, esperança, fé, paciência, tolerância e assim por diante. Esse repouso ou descanso não tem a ver somente com a eternidade, e sim com o nosso dia a dia aqui “Portanto, resta um repouso para o povo de Deus” (Hb 4.9). Jesus deixou um convite tremendo para os cansados e sobrecarregados, veja: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma, Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve”. Veja na BLH:  “Venham a mim, todos vocês que estão cansados de carregar as suas pesadas cargas, e eu lhes darei descanso. Sejam meus seguidores e aprendam comigo porque sou bondoso e tenho um coração humilde; e vocês encontrarão descanso; Os deveres que eu exijo de vocês são fáceis, e a carga que eu ponho sobre vocês é leve” (Mt 11.28-30). O escritor aos Hebreus disse mais: “Nós, porém, que cremos, entramos no descanso, conforme Deus tem dito: Assim, jurei na minha ira: Não entrarão no meu descanso. Embora, certamente, as obras estivessem concluídas desde a fundação do mundo” (Hb 4.3).  As obras para o nosso descanso estão concluídas desde a fundação do mundo. Tudo está pronto, é só entremos nesse estado inefável. No texto seguinte percebemos que Deus depois de concluir todas as suas obras entrou no seu descanso e que Jesus também depois que consumou todo na cruz, entrou no seu descanso e da mesma forma, devemos entrar nesse descanso, uma vez que tudo foi concluído na cruz. Não é o nosso esforço incansável que vai fazer a diferença, mas o que foi concluído por Jesus na cruz. ”Porque aquele que entrou no descanso de Deus, também ele mesmo descansou de suas obras, como Deus das suas”  (Hb 4.10)

CONCLUSÃO

    Sabemos que o sentimento de culpa nos traz tristezas, desconforto, mal estar, desalento, angustia e ansiedade. Não adianta fugir da realidade desse sentimento, é melhor encarar; você não está só nesse enfretamento introspectivo e retrospectivo. O Deus de toda consolação está ao seu lado e te toma pela mão ao te conduzir ao estágio da cura. Adão fugiu, mas teve que encarar Deus. Jacó fugiu por mais de vintes anos sofrendo os seus fantasmas interiores; mas um dia, ao encarar Deus foi curado e seus fatasmas também desapareceram. Deus não quer o nosso mal  mas sim o bem, em todos aspectos.

  Talvez você  esteja tão abatido com o sentimento de culpa ao ponto de não estar disposto a ir a Deus e falar abertamente com ele, não para pedir perdão, porque o perdão já foi concedido na cruz, mas para falar com ele sobre a sua situação. É muito bom fazer isso, porque ele é o único que te aceita e te ama incondicionalmente. Não nos julga, não nos censura, mas nos aceita como se nunca tivéssemos cometido um pecado se quer em toda a nossa vida passada e como se nunca fôssemos cometer no futuro. Como se nunca fossemos cometer qualquer pecado até o final da nossa vida. Ele nos perdoou por antecipação! Vá a ele! Ele é o nosso pai, o nosso melhor amigo. Deita no seu divã, fala tudo para ele. Fala das dores mais profundas e arreigadas na sua alma. Reflita sobre a cura que ele te propicia. Deixa o bálsamo da sua graça exalar e permear por todo o seu ser, por todas as suas células, emoções, sentimentos. Passado, presente e futuro. Na sua presença, você não tem de que temer, nem de que se envergonhar. Seja cem por cento você mesmo. Depois de levantar do divã de Deus, esqueça o passado, olhe somente para frente. Paulo disse: “Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus. Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”  (Fp 3.12-14). Deus sempre tem um novo começo. Assim como foi depois do vau de Jaboque para Jacó. A Bíblia menciona que antes dele viajar para as terras do seu tio Labão, o sol se pôs e menciona também que depois de mais de vinte anos, depois do Peniel, depois do seu encontro franco com Deus, depois que ele reconheceu que era Jacó e não Esaú, o sol nasceu para ele novamente. Quando Isaque lhe perguntou: “qual é o seu nome?” Ele respondeu: Esaú. Vinte anos depois a mesma pergunta foi feita novamente a ele, dessa vez por Deus, e a resposta foi: Jacó. Agora ele estava despido diante do soberano Deus. Ele refez a resposta. O nome Jacó significa suplantador. Ele não gostava dele, prefira Esaú. Mas agora, depois daquela confissão verdadeira, Deus mudou o seu nome de suplantador por Israel que significa  "O QUE REINA COM DEUS". Isso me faz lembrar do que Paulo disse: “Se, pela ofensa de um e por meio de um só, reinou a morte, muito mais os que recebem a abundância da graça e o dom da justiça reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo” (Rm 5.17). Faça isso também! Fique totalmente desnudo diante de Deus. Livre-se de todo peso de culpa, lança fora todo orgulho, toda autossuficiência, toda justiça própria, toda obra humana, não ponha a culpa em ninguém, assuma-a e deixe que a graça do perdão envolva todo o seu ser processando em você uma cura perfeita e duradoura. O seu passando findou, não ontem, mas na cruz. Quando você nasceu o seu passado já havia findado. Deus cuidou dele na cruz. Leia os demais artigos sobre a graça nesse site. E leia também as partes 01020305,  0607 e 08  deste artigo.

Pr Aramisio Borges

 

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